A Justiça dos Estados Unidos
aceitou parcialmente o pedido em que a Gol faz demandas contra a Latam,
principal concorrente no mercado aéreo brasileiro. Na sexta-feira, 9, a empresa
aérea brasileira acusou a Latam de "ação predatória" para obter
aeronaves, pilotos e lessores (empresas que arrendam as aeronaves, como bancos
e financeiras).
A alegação foi apresentada ao
Tribunal de Falências do Sul de Nova York, o mesmo em que a Gol pediu
recuperação judicial em janeiro.
Na decisão, o juiz autorizou o
processo de "discovery", o que significa que a Latam terá que prestar
explicações e apresentar as cartas enviadas aos lessores. Também determinou que
três executivos da companhia aérea chilena prestem depoimento por um total de
cinco horas, mas ainda não foi definido quais serão as pessoas ouvidas.
A Gol havia pedido mais
depoimentos do que os três. Entre as pessoas solicitadas para os
esclarecimentos, estavam Jerome Cadier (presidente da Latam Brasil), Roberto
Alvo (presidente global da Latam), Ramiro Alfonsin (diretor financeiro da
Latam) e Sebastian Acuto (vice-presidente de Frota e Projetos).
Todos os depoimentos serão
confidenciais, e apenas advogados das duas partes poderão ter acesso.
A Gol pediu recuperação
judicial nos Estados Unidos no dia 26 de janeiro. Desde então, segundo a
companhia aérea, tomou conhecimento de que a Latam estava tentando adquirir
seus arrendadores, aviões e pilotos, por meio de contatos com parceiros
comerciais nos quais "distorce a capacidade financeira da Gol".
Na comunicação com o Tribunal,
a Gol anexou um e-mail de Sebastian Acuto, enviado em 26 de janeiro a lessores,
no qual o executivo reforça que a Latam continua "buscando por
aeronaves" e que a afiliada brasileira "está no mercado de maneira
normal e se esforçará para aumentar a oferta de voos no País e na região".
Na mensagem, a Latam afirma que quer comprar entre 20 e 25 aviões, com disponibilidade imediata, dos modelos Airbus A-320, Airbus A-321, ou Boeing 737.A Gol cita a divulgação de vagas de empregos para pilotos, registradas em 29 de janeiro, nas quais a Latam afirma que busca profissionais para atuar no Brasil e que ter licença para voar com aeronaves Airbus e Boeing, incluindo o modelo 737, é um diferencial.