O ex-governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, deve sacramentar
a sua saída do PSDB nos próximos dias. Candidato derrotado à presidência em
2006 e 2018, o tucano tem perdido cada vez mais espaço no partido e nem figura
na lista de nomes que devem disputar as prévias dentro da legenda para ser o
representante na briga pela cadeira no Palácio do Planalto.
A intenção de Alckmin é
tentar se eleger governador de São Paulo mais uma vez, o que também não parece
ser o plano do PSDB, que nos últimos anos viu despontar como liderança o atual
governador, João Doria.
A tendência é que, desta
vez, Alckmin dispute como adversário do partido que governa o Palácio dos
Bandeirantes desde 1995. Ele foi o nome que passou mais tempo no governo, ao
todo 13 anos.
O seu destino ainda é
incerto, mas segundo informações do UOL, ele teria recebido o convite de pelo
menos 10 partidos. Por enquanto, DEM e PSD - que já atraiu o prefeito do Rio de
Janeiro, e o ex-presidente da Câmara, Rodrigo Maia - são os mais cotados a
receber Geraldo Alckmin.
No caso do DEM, seria a
oportunidade perfeita para ACM Neto tentar se vingar de João Doria, que levou o
seu vice-governador Rodrigo Garcia, eleito pelo partido do ex-prefeito de
Salvador, para o PSDB.
Com o movimento, Alckmin
pode levar outros prefeitos da Grande São Paulo consigo.
No PSD de Gilberto Kassab,
a vantagem para Alckmin é não ter nenhuma resistência interna e conseguir um
caminho livre para disputar como candidato o Governo de São Paulo em 2022.
Por ora, o ex-presidente
nacional do PSDB não confirma nem desmente a sua saída. Nos últimos dois anos
ele esteve afastado da política, mas já admitiu que vai voltar à vida pública.
Desde 2018, quando Doria
se associou à imagem do presidente Jair Bolsonaro, Alckmin se afastou do seu
afilhado político.
A relação foi mais abalada
no entanto neste acordo para 2022, no qual Doria quer sair como candidato à
presidência e eleger em São Paulo o seu vice Rodrigo Garcia.
Segundo um interlocutor,
Doria teria sugerido a Alckmin, então, que saísse como candidato a deputado
federal, o que teria ofendido o ex-governador.