Desde 1994 o Brasil experimentou uma polarização entre PT e
PSDB, que durou seis eleições ininterruptas, com duas vitórias tucanas e quatro
petistas, até que em 2018 o então deputado federal Jair Bolsonaro conseguiu
tomar o lugar do PSDB e desbancou o PT derrotando Fernando Haddad no segundo
turno.
Quando
tudo caminhava para não termos mais a presença de Lula em disputas
presidenciais, o ministro do Supremo Tribunal Federal, Luiz Edson Fachin,
decidiu monocraticamente pela anulação das condenações de Lula nos casos do
triplex do Guarujá e do sítio de Atibaia. Apesar de ainda depender de uma
decisão colegiada para se tornar efetiva, a posição de Fachin recoloca Lula no
páreo de 2022.
E
com isso, reforça a polarização entre Jair Bolsonaro e Lula, dificultando,
portanto, o aparecimento de outras vias como Sérgio Moro, João Doria e João
Amoedo na centro-direita e Ciro Gomes, Marina Silva e Luciano Huck na
centro-esquerda. Lula e Bolsonaro se retroalimentam desta polarização e deverão
dominar as discussões ao longo deste ano e consequentemente na disputa
presidencial de 2022.
A
decisão do ministro do STF esvazia por completo o centro e coloca os dois
líderes mais populares dos últimos 30 anos do país frente a frente em 2022. Não
poderia haver decisão melhor para lulistas e bolsonaristas, que terão um palco
para uma eleição sangrenta e de pouco conteúdo, no maniqueísmo que tanto o
ex-presidente quanto o atual se arvoraram e chegaram ao Palácio do Planalto nas
vezes em que saíram vitoriosos.
Denúncia – Na sessão da
próxima quinta (11), o Supremo Tribunal Federal (STF) decidirá se recebe ou não
denúncia criminal oferecida pela Procuradoria Geral da República contra o
deputado federal Daniel Silveira (PSL-RJ) por supostas ameaças à Corte. Detido
no Batalhão da Polícia Militar em Niterói (RJ), o deputado foi preso em suposto
flagrante, após a divulgação de vídeo.
Professores – O PSB ingressou no
Supremo Tribunal Federal (STF) contra a Controladoria Geral da União (CGU) que
impôs a dois professores da Universidade Federal de Pelotas o compromisso de
não proferir “manifestações de desapreço” ao presidente Jair Bolsonaro no local
de trabalho, pelo período mínimo de dois anos. Os processos administrativos
foram motivados por manifestações durante transmissão ao vivo pelas redes
sociais oficiais na universidade. Para o PSB, ao retirar dos professores a
livre manifestação de ideias, a conduta da CGU representa “patente retrocesso
em direitos fundamentais”.
Eduardo Cunha – Com a decisão de Fachin
sobre Lula, as redes sociais questionaram quando haverá decisão semelhante
sobre Eduardo Cunha, algoz de Dilma Rousseff no processo de impeachment quando
era presidente da Câmara dos Deputados.
Previsão – Um dia antes da decisão
de Fachin de anular as condenações de Lula, o senador Humberto Costa postou um
vídeo em seu Twitter sinalizando a volta de Lula. O tweet tinha os dizeres:
“Pode se preparar…” e um vídeo do ex-presidente da República.
Inocente quer saber – No Brasil até
passado é imprevisível?