O
PDT lançou ontem(22), em convenção nacional do partido em Brasília, a
pré-candidatura de Ciro Gomes à presidência da República. Se for levada até a
eleição em outubro, esta será a quarta tentativa do pedetista de chegar ao
Planalto.
Em
pronunciamento no evento, Ciro fez ataques especialmente ao presidente Jair Bolsonaro (PL),
a quem acusou de conduzir uma "política genocida" durante a pandemia.
O ex-presidente Luiz Inácio da Lula (PT) e o ex-ministro da Justiça Sergio Moro, que estão à
frente de Ciro nas pesquisas, também foram criticados.
Na
economia, Ciro prometeu revogar o teto de gastos, que estaria
"aprisionando o gasto público", e falou da necessidade de uma reforma
tributária que aumente impostos para os mais ricos, algo que é defendido pelos
economistas que assessoram sua pré-campanha.
Primeiro
a falar no evento, Lupi exaltou figuras históricas da legenda, como o
ex-presidente Getúlio Vargas, "o presidente que mais aliou rebeldia à
esperança", e o ex-governador do Rio Leonel Brizola, que foi homenageado
pelo centenário de seu nascimento. Segundo Lupi,
a escolha da candidatura própria foi unânime na sigla.
Além
de Lupi, o lançamento da pré-campanha teve a presença de nomes como o senador
Cid Gomes (PDT-CE) irmão de Ciro; o deputado André Figueiredo (PDT-CE) e
Roberto Cláudio, ex-prefeito de Fortaleza (CE).
"Rebeldia da esperança"
A
pré-campanha é assessorada pelo marqueteiro João Santana, chefe da publicidade
de eleições vitoriosas dos ex-presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e
Dilma Rousseff. Após ser alvo da operação Lava Jato e fazer delação premiada,
Santana será responsável por alavancar a campanha de Ciro.
O primeiro passo do marqueteiro foi a criação do slogan "a rebeldia da esperança", anunciado por Ciro na manhã de hoje. Em suas redes, o pedetista publicou um vídeo de pré-campanha em suas redes sociais. A peça, de pouco mais de 2 minutos, é uma paródia da música "Sujeito de sorte", de Belchior (1946 - 2017), com alusões à fome e à crise econômica.
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A candidatura
Ciro
Gomes já foi candidato à Presidência em 1998, 2002 e 2018. Ficou em terceiro
lugar em duas disputas, mas nunca conseguiu chegar ao segundo turno. No pleito
mais recente, em 2018, teve como vice a senadora Kátia Abreu (TO). A chapa
recebeu 13,34 milhões de votos e ficou em terceiro lugar, com 12,47%.
Com
o segundo turno entre Bolsonaro e Fernando Haddad (PT), Ciro foi criticado por
ter viajado a Paris e ficado alheio à campanha entre o atual presidente e o
candidato petista.
A
relação de Ciro com representantes do PT e outros políticos não melhorou desde
aquela eleição. Ele e o ex-presidente Lula, por exemplo, subiram o tom das
declarações ásperas entre si nos últimos anos.
No
campo da economia, Ciro se opôs a medidas tomadas durante o governo Bolsonaro,
como a reforma da previdência, e
é crítico do ministro Paulo Guedes. Um dos
principais economistas a assessorar o pedetista, Nelson Marconi, defende uma reforma tributária que
aumente a taxação dos mais ricos.